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Única mulher titular na Indy, piloto suíça substitui Rubinho e lamenta saída do brasileiro

UOL Esporte

Crédito: Chris O'Meara/AP

Identificar os pilotos pelos seus capacetes quando estão preparados para a largada é tarefa difícil. Ficam todos parecidos e, para leigos, são todos iguais. No caso da Fórmula Indy, quando Simona de Silvestro tira sua proteção e exibe os longos cabelos castanhos, ela chama a atenção.

A piloto suíça é a única mulher a disputar a temporada completa da Fórmula Indy, mas não se vê diferente por isso. ''Quando coloco o capacete sou apenas outra corredora. Eu consigo resultados e é isso o que importa'', contou em entrevista ao Salto Alto.

Nesta temporada, Simona de Silvestro substitui o brasileiro Rubens Barrichello, que disputa a Stock Car em 2013, na equipe KV e correrá ao lado do também brasileiro Tony Kanaan. Mas ela diz que não há pressão sobre ela por estar no lugar do brasileiro e lamenta que ele tenha deixado a Fórmula Indy.

Jonathan Ferrey/Getty Images

''Não acho que estou substituindo ele. Acho uma pena que ele não irá correr conosco, porque ele fez ótimas coisas pela Fórmula Indy. Não me sinto pressionada (por estar na vaga de Rubinho) porque estou na mesma equipe (que ele estava)''.

Simona iniciou a carreira no automobilismo quando tinha apenas seis anos de idade e sempre competiu com homens. Ela garante, porém, que não sente falta de conversar com outras mulheres nas pistas.

''Eu corro com homens desde os seis anos e não me sinto menos feminina por isso. Converso (com os outros competidores) sobre assuntos de corrida como qualquer piloto e não sinto falta de outras mulheres. Mas é claro que as conversas entre os homens são um pouco diferentes das que eu tenho com eles''.

Sem deixar a feminilidade de lado, ela mantém a preocupação com a aparência, mas sem exageros. ''Eu me preocupo, mas como uma pessoa normal. Não vou aparecer na pista de corrida de mini-saia ou nada disso e malho só para manter a forma para conseguir dirigir o carro de corrida'', revela.

Embora hoje só tenha a suíça como representante feminina, a Fórmula Indy já contou com a presença de outras mulheres como Sarah Fischer, Milka Duno, Danica Patrick e a brasileira Bia Figueiredo, que, inclusive, participará da etapa de abertura desta temporada. Para Simona, o menor número de mulheres na categoria em nada tem a ver com uma possível  falta de interesse feminino.

Castroneves e Kanaan seguem sendo as esperanças brasileiras na Indy 2013

''O automobilismo é um esporte difícil seja você homem ou mulher. Você precisa alcançar um alto nível e preservá-lo. Nas outras categorias, acho que eles só tem um novato para a temporada. É realmente muito difícil chegar até aqui, é preciso muito esforço'', explica.

Aos 24 anos, ela está na Fórmula Indy desde os 21 e já pensou em desistir. Em 2011, sofreu um grave acidente nos treinos livres das 500 milhas de Indianápolis, nos Estados Unidos, do qual sau com queimaduras de segundo grau. Na época, disse que poderia deixar o automobilismo, mas hoje é diferente. ''Não estaria mais correndo se pensasse no acidente''.

Nos três anos de Indy, Simona nunca venceu e teve como melhor resultado uma 19ª colocação na temporada de 2010. Mas mostra familiaridade com a categoria e tem até um apelido entre os corredores, ''Iron Maiden'' – apesar de nunca ter escutado nenhuma música da banda. Para 2013, ela prevê uma boa temporada.

''Acho que a temporada será muito boa. Estou feliz de competir pela KV Racing Technology e por ter Tony Kanaan como meu colega de equipe''.

Simona e os demais pilotos da Indy estreiam na temporada 2013 neste domingo, no GP de São Petersburgo. Para saber mais sobre as mudanças previstas para a categoria neste ano, acompanhe o especial elaborado pelo Tazio.

(Por Júlia Caldeira e Rafael Krieger)