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Arquivo : março 2014

Ela foi a tenista nº 1 do país. Hoje ganha a vida com quadros e desenhos
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UOL Esporte

Por 11 anos, Roxane Vaisemberg viveu a rotina do tênis. Por um lado, teve viagens por todo o mundo, vitórias em torneios de ponta e chegou a liderar o país no ranking da WTA. Por outro, enfrentou as restrições que ser uma jogadora profissional demandam. Desde o ano passado, a paulistana jogou tudo para o alto. Discretamente, aposentou-se do tênis para perseguir um sonho em que ela conseguia soltar as amarras do passado: o de ser artista.

Passados poucos meses da decisão de deixar as quadras, Roxane já achou o seu novo espaço para trabalhar. Se durante seus anos de circuito ela já chegou a faturar uns trocados com caricaturas dos três melhores jogadores da atualidade, hoje seu lado artista é mais profissional, com uma loja virtual (www.roxane.com.br) em que vende quadros, camisetas, capinhas para celular e outros produtos.

Sem certo e errado

  • “Na arte você não tem certo e errado, não tem horário para começar, terminar… É livre”, fala Roxane, quando tenta explicar o que mudou em sua vida desde que pendurou a raquete. A mudança foi radical. Se antes havia a obrigação de treinos de horas por dia e dieta restrita, hoje a brasileira tem uma vida bem mais flexível. “O tênis me prendia um pouco. Tenho saudades, mas não da rotina do tênis, e sim de estar num esporte. Antes eu treinava por um objetivo, então é estranho sair para correr por correr. Hoje, se quiser eu posso desenhar às 3h da manhã, posso ir passear com o cachorro, ir ao cinema. É como se tivesse vivido a vida como ela queria e agora estou vivendo como quero. Hoje eu me conheço melhor.”

O que fez a paulistana de apenas 24 anos se aposentar do tênis foi a dificuldade de se manter presa a uma realidade em que ela sentia não se encaixar. “Eu sou apaixonada pelo jogo em si, mas nunca me identifiquei com a vida de tenista. É um meio egoísta, fechado. Fora da quadra nunca fui feliz”, contou Roxane, ao UOL Esporte. Quando ela se mudou para Serra Negra para treinar e não viu melhoras, atrapalhada por uma série de lesões, “foi o fim do relacionamento.”

Além de representar o Brasil na Fed Cup, a tenista chegou a ser a número 1 do país brevemente e teve como sua melhor posição no ranking da WTA a 236ª posição em 2011. Foi durante suas longas viagens e os monótonos dias de chuva que o lado desenhista de Roxane foi crescendo.

“Desde pequena eu sempre desenhei, era minha válvula de escape nos torneios. Em dias de chuva, nos aeroportos, esperávamos muito tempo. Então, tinha meu caderninho e sempre desenhava. Alguns jogadores e treinadores viam e elogiavam. Eu também passei a pesquisar sobre arte. Enquanto o pessoal ia para as lojas fazer compras, eu ia procurar livros de arte. E fui praticando até achar meu estilo. Gosto muito de grafite, não sou muito do realismo – para mim já basta a vida real (risos).”

Em certa ocasião, há pouco mais de um ano, Roxane partiu para uma temporada de oito semanas nos Estados Unidos. Lá, morou por um tempo em uma casa de família e virou hóspede de uma mulher que também gostava de arte. Como os dias de chuva a tiraram de ação, a brasileira logo procurou uma loja de materiais para produzir seus desenhos. Foi quando lhe deram a ideia de fazer caricaturas de astros do tênis e surgiram suas versões de Rafael Nadal, Roger Federer e Novak Djokovic.

Roxane prefere não fazer caricaturas, mas cedeu. “Fazer caricatura é algo muito pessoal. Você pode ver uma pessoa do jeito que ela não se vê, então é arriscado”, explica ela. “Mas esses casos foram especiais. Eu precisava de dinheiro e o marido desta mulher com quem morava deu a ideia. Desenhei os três e levei para um torneio. Vendeu em três dias! Cada um por 300 dólares. Vendi três do Nadal, três do Djokovic e dois do Federer”. Roxane ainda fez algumas outras versões dos tenistas e ficou com uma de cada para si, para lembrar da história.

Artista profissional

O afastamento das quadras fez Roxane perseguir um modo para fazer de seu gosto pelas artes uma profissão. Com um pouco de sorte, ela rapidamente achou o rumo que deveria tomar.

A paulistana conta que a sua parceria com a Hebraica como tenista ajudou no processo. O clube sempre custeou sua carreira e ela pôde juntar dinheiro com as premiações. Com menos preocupações financeiras, ela pôde parar e pensar seus próximos passos, escolhendo o que realmente queria fazer.

Roxane começou então a fazer quadros e personalizar diversos objetos: do bongô de seu pai a caixas de madeira. E viu que poderia comercializá-los. Abriu então sua loja online e as coisas fluíram. Hoje ela tem suas máquinas para fazer canecas e capinhas de celular e também vende camisetas, quadros e outros objetos.

“Eu sempre gostei de criar personagens, sempre foi meu estilo. Quando abri o site, fiz parceria com uma página meio hippie e eles têm essa ‘vibe’. Então me adequei a isso”, explica Roxane, sobre seus desenhos de mandalas, apanhadores de sonho e animas como corujas e elefantes.

Roxane nunca apresentou um adeus oficial do tênis – e não crava que nunca voltará. Por conta disso, muitos que a acompanharam nas quadras ainda nem sabem da nova profissão. Hoje, a maioria dos compradores de seu site não a conhece e se espanta em saber que ela foi uma tenista de alto nível e que hoje está vendendo quadros que valem até R$ 2.500.

Links relacionados:

https://www.facebook.com/www.roxane.com.br
https//www.roxane.com.br

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo


UFC ganha toque feminino, mas americana vê preconceito ao tratar lutadores
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Maurício Dehò
Do UOL, em São Paulo

Sem o destaque dos lutadores ou o glamour das ring girls, há uma função discreta, mas importante dentro dos ringues de MMA: a dos cutmen, os responsáveis por cuidar de ferimentos e garantir a integridade física dos competidores. O UFC recentemente ganhou a adição de sua primeira mulher neste campo geralmente dominado por homens. É a cutwoman Swayze Valentine, uma mãe (solteira) de dois garotos, nascida no Alasca e de belos traços, que faz com que seja difícil acreditar que passe sua vida enfaixando mãos e limpando sangue. Mas é exatamente disso que ela gosta – apesar do preconceito de muitos lutadores e técnicos darem trabalho para ela.

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O primeiro desafio de Swayze é conquistar os próprios profissionais do MMA. Há os dois lados, admite ela: alguns não gostam e não querem uma mulher enfaixando suas mãos ou em seus corners; por outro lado, outros já gostaram tanto que não se importaram de esquecer a adrenalina do evento e flertar com a cutwoman.

“Agora que mais pessoas me conhecem, eles conhecem meu trabalho e a maioria dos lutadores não vê problemas quando apareço para fazer as bandagens. Mas há técnicos e lutadores que não querem que eu toque neles! Em outros casos, lutadores e técnicos já deram em cima de mim… Acho que faz parte do trabalho (risos)”,  contou a bem humorada Swayze, ao blog.

Apelidade de Rainha dos Cortes, Swayze fez sua primeira aparição no UFC 170, que teve como protagonista a campeã peso galo Ronda Rousey. Mas a jornada nos corners já se estende por sete anos. Tudo começou quando ela foi despretensiosamente assistir a um evento de MMA e viu em sua frente a profissão que queria para seguir carreira. Naquele ponto não era o sangue que a atraia, mas poder fazer parte do show e ser a responsável por deixar os punhos dos lutadores prontos para a ação.

“Minha paixão por tudo isso começou em 2006, quando fui ao meu primeiro evento de MMA. A atmosfera era intensa, é viciante. Eu pude ir para os bastidores e então vi um técnico enfaixando as mãos dos lutadores, preparando as bandagens que ficam sob as luvas. Eu soube bem ali: era aquilo que eu queria fazer”, disse a cutwoman. “Para mim, não há honra maior do que enfaixar as mãos de um lutador. Eu podia ser a primeira ou a 15ª cutwoman no UFC. Não importa, eu estou muito animada só de meu sonho virar realidade. Mas é especial ser lembrada desta forma.”

OS SEGREDOS DA BANDAGEM

Decidida, ela começou a frequentar mais eventos, foi a academias e conheceu diversos cutmen. Como não é necessária formação em medicina ou qualquer outra especialidade, Swayze usou vídeos da internet para copiar nomes já respeitados no cargo, como um dos seus mentores, Jacob “Stitch” Duran, e fez tudo o que podia para se aperfeiçoar na arte de enfaixar as mãos dos lutadores. E se esta parte é sua preferida, lidar com inchaços e ferimentos também não soam como algo ruim para ela.

“Sangue e cortes nunca me incomodaram. Eu cresci no meio disso. Meu pai era bombeiro e também socorria emergências, meu irmão era policial. Sempre esteve no meu sangue”, explicou a bela de 28 anos.

“Passei a viajar sem parar para crescer na profissão. Foi quando em janeiro meu telefone tocou e era o chamado do UFC. Fiz o UFC 170 e terei o privilégio de estar no UFC 171 também”, acrescentou Swayze, que em sua estreia não teve direito a muito: esteve no corner de apenas uma luta e não precisou cuidar de nada grave – “o que é ótimo”, salienta. Ela teve também passagens por eventos como Bellator e World Series of Fighting e sonha poder acompanhar o UFC em uma “descida” ao Brasil.

O segredo do trabalho é simples. Ao menos na teoria: manter a serenidade, para o lutador também ficar calmo, trabalhar rápido e garantir sempre sua a integridade física, minimizando os danos. Apesar de não competir, Swayze treina artes marciais regularmente para conhecer da melhor forma possível a realidade dos lutadores.

Do Alasca para Las Vegas

“Crescer no Alasca é uma experiência única! No verão, é tudo lindo e você tem 23h de luz do dia. Mas no inverno são 20h no escuro. Nove meses de neve e gelo. Mas é um lugar lindo o ano todo, há muito o que fazer, principalmente explorando a natureza. Eu adorava andar de snowmobile, é muito divertido”, contou Swayze, sobre sua infância.

A norte-americana já pensou em trabalhar como veterinária ou como oncologista, ajudando adultos e crianças com câncer. Mas mudou totalmente o foco. Hoje ela tem de dividir o tempo entre as viagens como cutwoman e a criação dos dois filhos. Tudo isso enquanto ainda atrai atenção por onde passa pela beleza.

“Tenho dois lindos garotos e tenho de dividir meu tempo como posso. Sempre que estou longe tento refletir como ser uma mãe melhor na volta”, disse Swayze.

“Nunca trabalhei como modelo, mas gosto de tirar fotos. Acho que a beleza não tem impacto na carreira. Eu foco na segurança dos lutadores. Se as pessoas me acham bonita, ótimo também. Estou solteira e sou muito ocupada, então é difícil achar alguém que fique ok com isso. Mas estou bem”, completou a loira.


Brasileiro do Tottenham inova no visual e faz ‘rabinho’ com a barba
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Reprodução/Instagram

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O novo estilo de Sandro lembra o de Gmili, o anão de Senhor dos Anéis

O volante brasileiro do Tottenham Sandro voltou de lesão após dois meses afastado dos gramados e aproveitou a ocasião para mostrar um novo visual. Com a barba comprida, Sandro apostou num estilo que lembra o anão Gimli, personagem da trilogia Senhor dos Anéis.

Com dois prendedores azuis, para combinar com as cores do time, o jogador prendeu a ponta da barba em um ‘rabinho’. Em sua conta no Instagram, ele fez questão de divulgar o responsável pelo novo visual, o cabeleireiro William Wallace e recebeu elogios dos fãs.

O novo estilo do brasileiro trouxe sorte para o Tottenham, que virou o duelo contra o Dnipro pela Liga Europa e garantiu vaga nas oitavas de final da competição. Os Spurs haviam perdido o primeiro jogo por 2 a 0 e entraram em campo na última quinta-feira em desvantagem. Mas com gols de Eriksen e Adebayor a equipe inglesa venceu o jogo de volta por 3 a 1 e avançou na competição.

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