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Eu na Arena! Um inesquecível primeiro jogo do Flamengo no Maracanã
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UOL Esporte

Por Priscilla Souza*

“Domingo, eu vou ao Maracanã, vou torcer pro time que sou fã. Vou levar foguetes e bandeira. Não vai ser de brincadeira, ele vai ser campeão. Não quero cadeira numerada, vou ficar na arquibancada pra sentir mais emoção.”

E assim foi, em um lindo domingo de sol na cidade maravilhosa, em um dos mais famosos estádios de futebol do mundo, que eu assisti a minha primeira partida de futebol em um estádio. Não teria lugar melhor no mundo para isso acontecer senão no estádio Mário Rodrigues Filho, o Maraca, onde Pelé marcou o seu milésimo gol.

Fomos eu e meu irmão Bruno, que tivemos o cuidado de ao chegar procurar a entrada certa e não encontrar com a torcida adversária, que era ninguém menos que o nosso rival Vasco, o eterno vice.

Na entrada, ao entregar o meu ingresso, me devolveram uma pequena parte que guardei na minha carteira como muitos fazem e que se torna uma pequena lembrança desse momento. Rampas e mais rampas até chegar próximo do campo, e no caminho você só ouve a euforia da torcida do Mengão crescer, e eu com o coração palpitando cada vez mais na ansiedade de ver de perto o campo e a torcida.

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E lá estava a maior e mais apaixonante torcida do mundo, vibrando e cantando, e tornando aquele lugar vivo, alegre, e cheio dos melhores sentimentos.

Uma coisa me preocupava muito, afinal o Felipe, que é vascaíno roxo, era o capitão do Flamengo na época e estava nesse jogo, o primeiro da disputa da final do Campeonato Carioca. Eu ficava imaginando: “Será que ele vai ser profissional nessa hora”?

Apita o juiz, e lá da arquibancada vi a bola rolar, e no mesmo instante a torcida que já estava cantando começa então a entrar num ritmo de euforia com empolgação. E na primeira tentativa de gol, o Felipe foi com tudo após receber a bola e por conta da defesa do rival não fez o gol. Dois minutos depois, já estava ele lá na área onde foi derrubado e infelizmente o pênalti não foi marcado.

O Flamengo chegava com tentativas de gol de todos os lados, de fora da área, de falta, jogadas aéreas, era uma atrás da outra e sempre com o Felipe nas jogadas com ótimos dribles, o que levava a torcida ao delírio. Cada jogada fazia com que aquela multidão elevasse mais a sua voz, e contagiasse mais ainda aos jogadores, como o próprio Felipe, que pedia do campo à torcida que participasse. Nessa hora eu já não estava mais tão com o pé atrás em relação a ele. Realmente o profissionalismo falava mais alto.

E aos 30 minutos do primeiro tempo, logo após a primeira tentativa de gol do Vasco, chega Felipe com uma ótima jogada, faz o passe e Ibson recua a bola para Rafael, que manda uma bomba pra dentro do gol que não deixou chances pro goleiro. Nessa hora eu me arrepiei inteira. Que emoção, que euforia! Aquela torcida imensa se levantando e dando o seu brado de vitória. “Sai do chão, sai do chão. É a torcida do Mengão!” Nessa época já existia a comemoração com dancinhas, e ao “som” de um reggae eles comemoram diante das câmeras o gol.

Em seguida mais um gol, mas logo foi anulado por erro do bandeirinha que marcou  impedimento sendo que estava na mesma linha. Seria um golaço de Jean, mas infelizmente  o juiz deu o impedimento. E aí já viu né? Coitado do juiz, a torcida grita tudo quanto é “nome”.

Falta batida, o Jean recebe na área e consegue fazer com que a bola não saia, cruza para Fabiano Eller que de cabeça finaliza. Que jogada linda, até o Abel Braga saltou de alegria com toda a torcida rubro-negra. Não tem como segurar a voz, somos embalados por aquele mar de gente que contagia a qualquer um com a alegria.

Alguns minutos depois, o Vasco bate uma falta que para na barreira, e Cadú manda pro gol a poucos metros do goleiro, mas Júlio Cesar faz uma bela defesa. No final do segundo tempo, o Vasco apareceu, fez mais tentativas de gol, e foram várias defesas sensacionais do Júlio César. Cada defesa aliviava o nosso coração, ufa! “Vaaaaai Júúúlio Césaaaarr!”

Pouco antes de terminar a partida resolvemos ir embora para não pegar o tumulto da saída, o que foi melhor, pois não vi o gol do Vasco aos 47 do segundo tempo.

Mesmo saindo antes, boa parte da torcida também já estava indo embora, todos com o sorriso estampado no rosto, uma alegria irradiante. E fora do Maracanã aquele marzão de gente, cantando e sorrindo por mais uma vitória.

Hoje moro em São Paulo, já assisti a jogos com todas as torcidas dos times daqui, e posso dizer, nada se compara à torcida do Flamengo dentro do maracanã.

Foi uma experiência maravilhosa e ímpar, momentos que lembrarei até o fim dos meus dias, afinal, “uma vez Flamengo, Flamengo até morrer.

*Priscilla Souza tem 27 anos

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