Ring girl troca casamento pela profissão e diz sofrer com provocações do ex-noivo
UOL Esporte
Há aproximadamente quatro anos, Geisa Vitorino trabalhava em um shopping center de São Paulo e tentava maneiras de melhorar na vida. Eis que um amigo pessoal conhecia um empresário ligado às lutas que procurava uma garota para executar a função de ring girl em uma competição de MMA.
Geisa foi procurada pelo amigo e se interessou pela oportunidade. Via ali a chance de realizar outros tipos de trabalho no futuro. Estreou no First Class, um evento nacional. Gostou da experiência e decidiu investir a fundo a carreira.
“Aconteceu de repente. Me chamaram pra trabalhar e foi aparecendo trabalho. Sempre gostei de subir em palcos, mas faltava oportunidades”, contou.
Tudo parecia correr tranquilo, mas ela encontraria um obstáculo para seu desejo: seu então noivo, cujo nome não prefere revelar. Ele levou durante um tempo o relacionamento até que não suportou mais ao comparecer a uma edição do Jungle Fight realizada na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, em outubro de 2011.
“Quando nos conhecemos, eu já estava há dois anos no Jungle. Aí teve um evento na Cidade de Deus que a galera começou a zuar muito, falavam muita bobagem pra mim. Fora muitos “gostosa”, coisas desse tipo. Aí ele me perguntou: ou é o evento ou sou eu”, contou.
Eles estavam há quatro anos juntos e há dois como noivos. Mas isso o futuro casamento não a sensibilizaram, já que optou por continuar com os eventos de Ring Girl. Diz que pesou o fato de ter medo de conviver com alguém que quisesse limitá-la profissionalmente.
“Como alguém vem e diz que não quer que você trabalhe com alguma coisa? O tempo mostrou que eu estava certa e depois foram surgindo várias coisas”, falou. Do First Class pulou para o Jungle Fight, maior evento nacional.
Recebeu convite para disputar campeonatos de fisiculturismo. Até venceu competições nacionais na categoria cat wellness. Diz receber dinheiro de patrocinadores e hoje faz trabalhos de modelo também.
Ressalta jamais ter se arrependido de ter optado pela profissão ao invés do noivo. Reclama apenas que mesmo depois do fim da relação, seu ex-noivo ainda não se conforma com o fato e procura incomodá-la com comentários em fotos nas redes sociais.
“Nunca [se arrependeu], jamais, de jeito nenhum. Inclusive quando sai foto minha na mídia, ele escreve besteiras. Valeu muito a pena, muito, com certeza. Não tem o que falar. E não existe a menor possibilidade [de reatar o relacionamento].”, falou.
Geisa diz que move processos contra o ex por conta das críticas e que já chegou até a registrar boletins de ocorrência em função dos comentários. “Antes ela fazia tudo de maneira escancarada, mas agora não manda com o nome dele. Já entrei com processo e fiz quatro boletins.”
Se para o ex-noivo as brincadeiras dos homens eram o maior problema, para Geisa não. O que incomoda, às vezes, são as caras feias de mulheres presentes no evento. Mas tudo isso é superado pelo que mais gosta.
“Gosto de interagir com a galera. Gosto de manifestação com o público. Isso é legal, desde que não seja ofensivo. Mas já vi uma menina fazendo careta pra mim e cutucando o namorado.”
Ela incentiva a carreira para mulheres que desejam esse tipo de experiência. “Tem muita menina bonita. Acho que é bom e só aumentará o nível.”
José Ricardo Leite
Do UOL, em São Paulo