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De ‘lixo’ a ‘clean’, camisa da seleção provoca divergência entre estilistas

UOL Esporte

A camisa da seleção brasileira já costuma gerar polêmica, e se for usada na Copa do Mundo no Brasil é ainda mais difícil de agradar a todos. Nem alguns dos estilistas mais conhecidos do Brasil chegam a um consenso sobre a camisa, que ganhou adjetivos que vão de ‘clean’ a ‘lixo’.

O UOL Esporte consultou três especialistas em moda para avaliarem o uniforme, lançado no último domingo, no Rio de Janeiro. O modelo, que é similar ao usado na Copa das Confederações e lembra até o modelo da Copa de 1990, não agradou a todos.

O estilista mineiro Ronaldo Fraga foi duro em suas críticas “É um lixo. Sendo uma Copa no Brasil havia a expectativa de que trouxessem um pouco da tradição que tem a seleção, mas unindo com o moderno. Não ficou nem uma coisa, nem outra. Não é moderna, nem retrô”.

Torcedor do Cruzeiro e filho de um ex-jogador, Ronaldo tem forte ligação com o futebol e, inclusive, já lançou uma linha inspirada na modalidade. Para ele, os uniformes das seleções italiana e japonesa são referência em estilo de beleza. Até o ousado uniforme da Croácia é elogiado por Fraga.

“Há alguns uniformes que ficam, que você pode até achar exagerado, mas não esquece. Este é um uniforme que não fica”, disse. Em sua visão, a opção por uma camisa mais básica foge da cultura brasileira. “Aquela gola fininha tem uma pretensão clean, sendo que a nossa cultura não é isso, o Brasil não é isso. Claro que eu queria algo mais ousado”, disse.

Já o estilista Maxime Perelmuter aprova o look ‘clean’ proposto pela Nike. Para ele, a fornecedora de material esportivo da CBF segue sua proposta atual de produtos mais básicos com poucas costuras, embora muita tecnologia seja empregada para a produção.

Perelmuter, que é atual diretor criativo da Addict e já teve passagens pela Ellus, considera que a camisa tem uma leve inspiração retrô e comemora o fato de terem sido corrigidos alguns erros cometidos no uniforme da Copa das Confederações.

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“Achei bom o que eu vi, consertaram algumas questões da construção do produto em relação à Copa das Confederações. Resolveram um punho que não vestia bem, era grande, largo com quatro a cinco dedos”, disse.

O jornalista de moda André do Val, que trabalhou com Gloria Kalil e Erika Palomino, destaca o ar ‘vintage’ das peças e a busca pelo conforto. ''Com esta gola em Y, o uniforme do Brasil na Copa ficou com cara de peça vintage, o que parece ser um esforço em querer resgatar os tempos áureos da seleção nos anos 1960 e 1970”, disse.

“Os tecidos são projetados de modo que o suor evapore mais rapidamente por meio de zonas de ventilação por pequenos furos cortados a laser (nas axilas e no quadril). Até as meias têm zonas de amortecimento no dedão e tornozelo, para proteger de impactos”, avaliou.
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