1,57 m e 36 anos: mulher encara homens no futebol americano e toma porrada
UOL Esporte
Jennifer Welter é uma mulher de 36 anos, apenas 1,57 m de altura, 58 kg e, aparentemente, nenhum medo. No último sábado, ela se meteu no meio de homens de quase dois metros de altura e tomou porrada, mas se tornou a primeira mulher a jogar como running back em uma equipe profissional de futebol americano.
O jogo foi pela liga indoor de futebol americano dos EUA – menor que a mais conhecida NFL e com oito jogadores de cada lado -, em uma partida de pré-temporada do Texas Revolution. Seu grande feito, segundo o jornal Dallas Morning News, foi passar a ser a pioneira em, de fato, ficar cara a cara com homens em um jogo. Outras mulheres já atuaram como kickers, mas nunca uma havia se arriscado a tomar tackles na linha de frente de um time.
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“Eu pensei em todas as razões que mostrassem que sou a pessoa errada para isso: ‘você é muito pequena, é muito isso, é muito aquilo’… A verdade é que, se eu puder mudar o jogo, literalmente, para outras garotas, isso tudo está valendo a pena”, afirmou Jennifer, depois do feito, ao Dallas Morning News.
A segunda vitória que ela espera, tão importante quanto a primeira, é ser oficializada no time, que ainda se ajusta na pré-temporada. Jogadora desde 2004 na Women's Football Alliance, ela já defendeu o Dallas Diamonds na liga feminina.
Se ela virou notícia por ter conseguido ir a campo, a primeira experiência deve ter rendido também alguns hematomas pelo corpo. Jennifer não conseguiu anotar touchdowns, mesmo tendo sido colocada em boas posições para tentar pontuar, e levou vários tackels – alguns bastante severos. Mas ela não se abateu.
“Isso é tudo o que você tem?”, teria questionado ela, ao se levantar após ser derrubada por um jogador de 1,93 m e 110 kg. “Eles estavam vindo com tudo e eu tinha de dizer algo, não queria que achassem que estava intimidada.”
“Honestamente, foi estranho”, afirmou o rival Cedric Hearvey. “Parte de mim queria apenas deixá-la marcar, mas a outra sabia que eu tinha de fazer meu trabalho. Eu estava, tipo: ‘vocês não podem tirá-la daqui?’. Tenho muito respeito pelo que ela fez.”
Enquanto aguarda pela resposta da equipe, o dono Tommy Benizio afirmou apenas que “ela fará parte da família Revolution, dentro ou fora de campo”.
Com ou sem touchdowns femininos, o Revolution venceu o jogo do sábado: 64 a 30 contra o North Texas Crunch. Pé quente e corajosa, pelo menos, esta baixinha já provou que é.