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Estilistas apontam as camisas mais bonitas (e as mais esquisitas) da Copa

UOL Esporte

 

A Copa do Mundo não vai reunir só os maiores talentos do futebol mundial. No mês de junho, os gramados dos estádios brasileiros também vão se transformar em passarela para um desfile de moda que revela um pouco da cultura dos 32 países participantes.

O UOL Esporte convidou os estilistas Ricardo Almeida e Valdemar Iódice, além da blogueira de moda Carla Paredes e a consultora de moda Paula Martins para analisarem os looks dos atletas que vão entrar em campo.

Os uniformes fazem jus à diversidade de países de cinco continentes. Tem de tudo. Algumas seleções querem chamar atenção com a ousadia das estampas xadrez, tribais e listradas, outras preferem a sobriedade das cores neutras ou da clássica camisa polo.

O Brasil optou pela simplicidade. A camisa feita pela Nike para a Copa leva as tradicionais cores verde e amarelas e faz o estilo básico. Tem apenas um detalhe que chama a atenção: a gola em V. “A gola é um pouco diferente, tem um transpassado que dá um ar vintage, um retrô”, avalia a blogueira Carla Paredes.

Iódice, dono da mesma de mesmo nome que há quase 20 anos desfila no São Paulo Fashion Week, saiu em defesa da camisa fabricada pela Nike. “Quando alguém quer ousar e não sabe pôr equilíbrio, não fica bonito. Equilíbrio é tudo. As cores amarelo e verde têm que ter continuidade, já criou uma imagem em cima disso”, disse.

Já Ricardo Almeida, considerado a maior referência em moda masculina no Brasil, achou o modelo muito básico para quem vai sediar uma Copa do Mundo. “A camiseta brasileira ficou um pouco simples. A gola é interessante porque não incomoda e não esquenta o atleta, mas poderia ter mais detalhes interessantes que iriam modernizar a camisa, ainda mais por ser o país sede. É uma camiseta simples, não diz muita coisa ao meu modo de ver”, afirmou.

Se a camisa canarinha causou divergência, a camisa do Japão foi a que mais fez sucesso entre os especialistas. Eleita a preferida de Iódice, o uniforme oriental também foi muito elogiado por Ricardo Almeida. “Ela tem detalhes da mistura de cor, tem um desenho como se fosse uma linha d’água. É uma camiseta que foi muito mais elaborada, muito mais pensada”.

“Ela é super diferente, tem vários detalhes. Tem um riscado, uma pincelada para remeter ao vermelho. É cara da cultura japonesa, muito bonita”, avaliou Paula Martins.

Dentre as camisas das seleções mais tradicionais na história das Copas, Iódice ressaltou o uniforme da Alemanha, que é branco, mas tem uma faixa na altura do peito com cores mais vibrantes voltadas para o vermelho. Em sua opinião, a estampa foi uma boa solução para deixar a camisa branca incrementada na medida certa.

Já Ricardo Almeida não avaliou apenas o estilo e as tendências usadas na estamparia, mas também observou o conforto, o caimento e a modelagem das roupas. As que mais se destacaram nesse quesito foram as camisas de Holanda e Itália.

“Me chamou bastante atenção a camiseta da Holanda. Eles se preocuparam bastante com a transpiração. A camiseta atrás é toda vazada, toda furadinha. Isso vai ajudar bastante o atleta. Do lado tem também uma refrigeração. É uma camiseta bem Slim Fit (modelagem mais ajustada), marcando bem a cintura. Uma coisa bem interessante”

“A Itália também trouxe uma camisa Fit junto ao corpo, muito bem pensada. Traz uma modernidade no shape das roupas, é azul com listras verticais. É um homem Slim Fit, mais magro”.

A pedido do UOL Esporte, os especialistas também avaliaram os uniformes dos adversários do Brasil na primeira fase do Mundial. Os fornecedores de material esportivo de Croácia, México e Camarões foram bem ousados em suas escolhas.

A do México foi considerada bem inovadora. “Remete àqueles lutadores de luta livre no México. Só falta a capinha, foram atrás da cultura mexicana. É uma camisa pensada”, disse Carla. “Inovaram bastante, fizeram tipo um raio. Um raio vermelho e branco em cima do verde, bem interessante. Procurou inovar, se preocupou com algo novo”, concordo Almeida.

Mas ao menos no quesito ousadia, a Croácia superou qualquer adversário. “Parece bandeirinha de Fórmula 1. Todo mundo vai saber que é a Croácia quem está jogando. Esquisita, chamou super atenção, mas a estética ficou esquisita, chamou atenção para o mal”, cornetaram Carla e Paula.