Bailarina ganha concurso e vai ser narradora por um dia na Copa
UOL Esporte
Desde os 3 anos de idade Renata Silveira está no mundo da dança, dedicando-se ao balé, ao sapateado e ao jazz. Mas no próximo dia 14 ela vai tentar a sorte numa carreira em que a presença de mulheres é praticamente inexistente: ela vai narrar um jogo da Copa do Mundo. A carioca ganhou um concurso da Rádio Globo em que participou por pressão de seus amigos, venceu outras 77 meninas e vai assumir o microfone de Uruguai x Costa Rica.
Renata se tornou, de fato, uma profissional da dança, aos 15 anos, quando a firma de seu pai quebrou e ela precisou dar aulas para ajudar as finanças da casa. Mas ela nunca se imaginou em grandes palcos. Assim, fez faculdade de Educação Física, formou-se e emendou uma pós em jornalismo esportivo.
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“Comecei focando em televisão, em apresentar programas”, contou ela. “Mas tive a oportunidade de trabalhar na Rádio Sucesso, vi como é legal e me apaixonei. Depois, meus amigos vieram me falar para eu entrar nesse concurso da Rádio Globo, pela novidade de eles procurarem uma mulher para narrar.”
No processo seletivo, ela gravou uma narração para o primeiro gol de Ronaldo contra a Alemanha, pela seleção brasileira, na final da Copa de 2002. Foi aprovada e ficou entre as 20 melhores. Depois disso, fez o mesmo com um gol do Flamengo e um do Fluminense, seu time de coração por herança do pai.
A final, com outras duas garotas, foi se revezar nas posições de narradora, comentarista e repórter e m um Flamengo x São Paulo. Combinando a votação popular e o voto dos narradores da rádio, ela foi a eleita para narrar Uruguai e Costa Rica na transmissão pela internet da emissora.
“Nunca tinha imaginado fazer e virou um sonho. Me inspiro muito em Edson Mauro, no Garotinho mais das antigas. É bem difícil. Tive algumas aulas, deram algumas dicas, mas já penso em fazer um curso de narração. Tem a dificuldade de identificar os jogadores, localizar a bola, falar o nome, descrever a jogada, empostar a voz, não perder o lance… São muitas ferramentas ao mesmo tempo”, disse Renata.
“E as pessoas não estão acostumadas por eu ser mulher, então já rola um preconceito e a responsabilidade será maior ainda”, adicionou, para concluir. “Já estou me preparando, estudando as seleções. Ainda bem que peguei o Uruguai, que conhecemos bastante, e a Costa Rica tem nomes fáceis de falar. Se fosse um Japão, ou uma africana seria mais complicado (risos).”