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De gata anos 80 a fisiculturista, Dani Freitas fala sobre mudanças no corpo

UOL Esporte

Crédito: Arquivo Pessoal

A insegurança feminina com o corpo já não é novidade e modos de buscar alcançar padrões virou assunto constante em revistas femininas. Mas e se, ao invés de tentar se igualar às modelos das passarelas, as mulheres buscassem um corpo saudável, ideal para cada uma? A ex-atleta de bodyboard Dani Freitas decidiu seguir esta ideia.

Crédito: Rossetti Glamour Atlhetic Photography

Crédito: Rossetti Glamour Atlhetic Photography

Ela tinha corpo digno de um desfile de moda dos anos 80: magrinha, loira e definida. Mas não queria assim. Um convite para sair em uma capa de revista masculina, em 2006, a fez pensar sobre a aparência e percebeu que desejava “encorpar”. Começou a fazer musculação e gostou das mudanças, que a levaram para um caminho longe das ondas.

Aconselhada por amigos, Dani trocou o bodyboard pelo fisiculturismo e, atualmente morando no Havaí, compete pelos Estados Unidos na categoria de Figure e trabalha como personal trainer.

“Comecei a fazer musculação e gostei das mudanças e do desafio. Além disso, já não aguentava mais a lotação pra pegar onda aqui no Havai (frustrante e perda de tempo), e percebi que, quando ia malhar, me sentia bem e feliz. Vários amigos me falavam de competições de Figure, assisti a um DVD de uma amiga que compete e gostei”, contou, em entrevista ao Salto Alto.

O Figure é uma categoria feminina de fisiculturismo, em que são avaliados a muscularidade, a simetria do corpo e a apresentação – que julga a feminilidade e a presença de palco das atletas. Este último quesito, inclusive, foi um dos responsáveis para que Dani ficasse mais vaidosa.

“Na época do Bodyboard era só protetor solar, cabelo molhado, biquíni e pé-de-pato ou sandália de praia no pé! (risos). Um dos critérios de julgamento no Figure é justamente a feminilidade, a gente tem que estar bem maqueada, cabelo e pele sedosos. Tenho que me cuidar muito mais hoje em dia.”

Mas ela garante que o importante mesmo é ter saúde. “A mulher de hoje em dia é forte, segura, luta pelo que quer. Porque não lutar para ter um corpo e vida saudáveis? Ter um estilo de vida saudável e sempre buscar a fazer o que gosta.”

Feliz com a nova carreira, a fisiculturista não esquece do tempo de bodyboard, esporte no qual tornou-se bicampeã mundial e em que competida contra a apresentadora da TV Globo, Glenda Kozlowski. Na época, tinha um sonho totalmente diferente para a carreira: seguir, assim como a sua ex-rival, no ramo do jornalismo.

Crédito: Arquivo Pessoal

“Estudei um ano de jornalismo e esta seria a carreira que gostaria de ter seguido se morasse no Brasil. Como me mudei para os EUA, acabei deixando esse sonho de lado e comecei a me especializar na área de personal. A Glenda é a melhor apresentadora da TV esportiva no Brasil. Ela fica cada vez melhor e eu fico feliz pelo sucesso dela porque sempre foi batalhadora e correu muito atrás”

Hoje com 39 anos e dois filhos, Dani Freitas treina seis vezes por semana e controla a alimentação para as competições. São três horas diárias de musculação, exercícios cardiovasculares, alongamentos e treino de poses. Ela faz o que gosta e segue a própria receita, mas sem deixar de lado a vida pessoal. Para outras mulheres, ela aconselha: esqueça padrões e não busque a perfeição.

“A gente abre uma revista ou assiste um comercial na TV que não são a realidade. Beleza pura, pra mim, é a mulher na praia, de biquíni e sem maquiagem. Não vai ter uma perfeita. Então o melhor que se pode fazer é gostar de si, buscar melhorar sempre, e ser feliz!”

(Por Júlia Caldeira)

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