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Conselheira de esposas ‘boleiras’ condena gafes e desabafos no Twitter

UOL Esporte

Eterna conselheira das esposas dos atletas que faziam parte dos clubes dirigidos pelo lendário Antônio Lopes, dona Elza (esposa do treinador) é um personagem do futebol, mas está longe das redes sociais. Aos 71 anos de idade, ela, no entanto, tem acompanhado de perto o estrago feito pela publicação de posts desastrosos feitos por companheiras de atletas como Júlio César, Dênis e Jean no ano de 2013.

No ímpeto de defender o marido da fúria da torcida ou na ingenuidade de publicar uma foto do esposo com camisa de um time rival, elas têm virado notícia e muitas vezes deixam os companheiros em verdadeiras saias justas.

“A Suzana Werner, por exemplo. Eu tenho certeza que a intenção dela foi das melhores, mas o que ela fez não pode. Publicar a foto do marido com a camisa do time rival me parece algo ingênuo. Não digo com maldade, mas foi uma atitude infantil”, disse dona Elza sobre a ex-atriz, que publicou, na semana passada, no Instagram, uma foto do goleiro com a camisa do Chelsea –Júlio joga no Queens Park Rangers e a imagem causou desconforto com os torcedores da equipe, que luta para fugir do rebaixamento na Inglaterra.

VEJA TRAPALHADAS FEITAS POR ESPOSAS DE ATLETAS

Defensora convicta do trabalho de Lopes nos clubes pelos quais passou, dona Elza sempre esteve atenta ao comportamento das esposas dos atletas. De 1992 a 2011 organizou reuniões com as mulheres dos jogadores, justamente para ensinar, ouvir, aconselhar e, sobretudo, fugir das polêmicas.

“Em todo time eu fazia isso. A mulher muitas vezes não entende porque o marido não é titular e tumultua. Quando isso acontecia eu procurava conversar e passar a mensagem de que ela deveria levar força ao jogador para que ele treinasse mais e não reclamasse”, explica.

O conselho, segundo ela, vale para Carol Paes, mulher de Dênis, reserva do São Paulo. “Conheço o Rogério Ceni e me parece um moço muito educado, muito centrado. A hora do reserva vai chegar, mas só se ele se dedicar muito”, analisou a especialista sobre a conduta da esposa, que alfinetou o maior ídolo da história do São Paulo após um gol sofrido na derrota sobre o The Strongest, pela Libertadores. “Rogério Ceni falha no primeiro gol!!! Ele não dá chance nem para a mãe dele…”, disse Carol na ocasião.

Segundo dona Elza, o grande problema das esposas está justamente na ansiedade. No momento da raiva aparece o desabafo e quando o mesmo é feito pela internet gera situações ainda piores e de proporções enormes.

“Usar a internet para desabafar é um erro grave. Se elas fossem esposas de times que o Lopes treinou eu diria para não usar, diria para conter o ímpeto de reclamar e se tiverem que opinar que sejam diretas e tenham a coragem de falar isso diretamente para a outra pessoa envolvida”, alfineta.

Outra receita infalível para manter a imagem do marido em alta é não despertar a ira dos fanáticos. “Provocar a torcida, mesmo que sem querer, só aumenta o tamanho do problemas”, explica Elza.

As críticas vindas das arquibancadas, segundo ela, jamais podem ser rebatidas e este foi o erro de Mariana Moreira, esposa do lateral Jean, que atuou na noite de quarta-feira pela seleção brasileira no Mineirão.

“Mineirão ontem lotado, estava tudo lindo e a torcida? Ridícula”, lamentou Mariana, que, de quebra, ainda ‘cornetou’ substituto de Jean na partida. “Marcos Rocha, quem é? Joga aonde?”, disparou.

A dica universal para lidar bem com a carreira dos maridos, no entanto, é a mais simples. “Trate todo mundo bem. Do repórter ao presidente do clube cumprimente todos e seja educada”, finaliza.

Saiba quem é Dona Elza

Considerada um personagem folclórico do futebol nacional, dona Elza, hoje com 71 anos, sempre defendeu o marido, Antônio Lopes, com unhas e dentes nos muitos clubes dirigidos pelo ‘delegado’ –apelido do ex-técnico. Figura frequente na imprensa, ela tinha voz ativa nos times comandados pelo ex-treinador entre 1992 e 2011.

Bem humorada, já chegou a participar de programas de TV, como o comandado por Milton Neves. Dentro dos clubes, seu papel era criar reuniões com as esposas dos atletas comandados por Lopes e criar um ambiente sem polêmicas.

* Evandro César Lopes, do UOL, em São Paulo

–  Crédito da foto: Rosane Marinho/Folha Imagem