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Cyborg rebate críticas sobre corpo masculinizado: ‘disputo MMA e não balé’

UOL Esporte

140514crismontagemCrédito das fotos: MF Models

Cris Cyborg se diz acostumada a ouvir comentários negativos em relação ao corpo. Os músculos avantajados distribuídos em 1,63m de altura não se enquadram ao padrão de beleza imposto pelas capas de revistas. A lutadora não se importa. Ou melhor: sorri ao ser questionada sobre o corpo. A curitibana de 28 anos encara como um estímulo quando é comparada a um homem.

''Se quiser ser alguém no MMA, tem que treinar igual aos homens. O público não quer ver mulher puxando cabelo. Tem que ser agressiva”, frisa.

“Quem não pensa em treinar duro no MMA, que faça balé. Disputo MMA e não balé”, resume.

Para a campeã dos peso-pena do Invicta (Liga feminina norte-americana de MMA), o corpo robusto é sinal de que os treinamentos estão surtindo efeito.

“Sou muito feliz com meu corpo. Eu tenho corpo de atleta. Alguém já viu como é o corpo de uma atleta de heptatlo, ou de handebol? Não tem como comparar com o corpo de uma mulher que não faz esporte. Sou forte porque sou atleta”, diz a lutadora, por telefone, dos Estados Unidos.

Dana White, presidente do UFC, disse recentemente que Cris teria exagerado nos esteróides a ponto de ficar parecida com o lutador Wanderlei Silva. Cris relevou o comentário.

“Se a ideia dele foi me ironizar, ele só me incentivou a treinar cada vez mais”, respondeu.

No fim de 2011, Cyborg foi suspensa por doping, perdendo cinturão após vencer a japonesa Hiroko Yamanaka. Ela disse na época que passava por processo de emagrecimento e não sabia que uma das substâncias presentes no diurético era dopante. Cyborg ficou um ano e quatro meses sem lutar.

Paralelamente à intensa rotina de treinamentos, Cris Cyborg reserva espaço para se cuidar. Os cabelos e as unhas são tratados em um salão de beleza em San Diego, onde vive.

“Em época de preparação à luta, a barriga fica sequinha, eu perco o ‘bundão’ e também perco músculo sem perder força”, detalha.

A atenção às unhas e cabelos terminam quando entra no octógono.

“Sempre treinei duro e não uso proteção no rosto. Levamos porrada mesmo''.

Apesar de ter desafio agendado contra Ediane “Índia” Gomes para agosto, pela Invicta, Cyborg faz planos de enfrentar Ronda Rousey pelo UFC.

Cyborg sabe que só conseguirá acesso na categoria mais nobre do MMA se conseguir chegar a 61 kg, peso máximo exigido. Alcançar esse peso é uma tarefa árdua para a lutadora. Em períodos sem luta, Cyborg pesa entre 72 a 75 kg.

''A Ronda sabe que se eu chegar ao UFC eu vou atropelar ela'', avisa Cyborg.

Bruno Thadeu

Do UOL, em São Paulo

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