Modelo nas horas vagas, brasileiro do UFC conta que já recusou cachê de US$ 30 mil para lutar por US$ 2 mil
UOL Esporte
Miltinho Vieira (e) ao lado do estilista Ricardo Almeida
Miltinho Vieira é um dos brasileiros novatos no UFC. Fará no próximo dia 19 de janeiro apenas sua segunda luta no evento, contra Godofredo Pepey, em local ainda não definido. Sua história no MMA, porém, vem de longa data, uma carreira de 11 anos, desde os tempos do Pride. Aliás, foi justamente na época em que lutava no campeonato disputado no Japão que Miltinho, hoje com 34 anos, iniciou uma profissão ‘paralela’: a de modelo.
Tudo começou quando recebeu convite para estrelar uma campanha da multinacional Wella, por causa do cabelão que carregava. “Em 2005, estava lutando no Japão e quando acabou, meu empresário chegou e disse que a Wella estava interessada em mim para uma campanha publicitária por causa do meu cabelo. Topei e trabalhei com eles por cerca de oito meses”, relembra o lutador.
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A partir daí, os trabalhos não pararam mais de aparecer. Desenvolto diante das câmeras e entre artistas e tops, Miltinho viu no hobby de modelo a possibilidade de divulgar seu esporte também por meio do mundo fashion. Mas quando questionado sobre a possibilidade de mudar de profissão, o lutador é enfático e diz que modela apenas por prazer; sua paixão mesmo é a luta.
“Não há o que escolher, eu sou lutador, eu vivo disso. Moda para mim é diversão. Já recusei uma campanha de 30 mil dólares, para fazer uma luta por 2 mil. É o que eu amo, o que me faz feliz”, conta.
Miltinho, porém, não brilha apenas em campanhas publicitárias e já foi uma das estrelas de um desfile do conceituado estilista Ricardo Almeida. “Desfilar me deu um friozinho na barriga, mas não há como recusar um convite de Ricardo Almeida. Já usava os ternos dele antes, e estar entre os escolhidos para o desfile foi demais. Fui caminhando despretensiosamente e funcionou”, relembra aos risos.
O lutador conta também que apesar de gostar de ternos para festas e eventos importantes, não é um homem vaidoso e faz apenas o básico. “Meu negócio é tomar banho, escovar os dentes e dar uma ajeitada no cabelo com a mão. Não sou vaidoso e tenho um estilo descolado carioca, adoro uma bermuda e camiseta nas horas vagas”.
No entanto, quando o assunto são as festas badaladas, Miltinho mostra que tem bom gosto. “Não dispenso um bom terno. Meu pai, alfaiate, sempre diz: ‘aparência é tudo, a gente precisa estar bem’”.
Um dos lutadores mais belos do UFC, Miltinho só é evasivo quando o assunto é o assédio feminino. Casado com Renata e futuro pai de gêmeos, o lutador diz que nem repara, apesar de saber que existe. “O que acontece é que nem presto atenção nisso, as pessoas curtem meu trabalho, tenho fãs, mas não vejo isso como assédio. Não sou o cara mais bonito do mundo”, afirma ele, modesto.
(Por Ana Jardim)