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Casais colecionam figurinhas juntos e transformam álbum em romance

UOL Esporte

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Tem gente que coleciona figurinhas com aquele afinco só para poder se gabar de, em pouco tempo, ter completado o álbum antes de todos os amigos. Mas tem também aqueles que vêm nos álbuns uma oportunidade de exercer o seu romantismo e mostrar todo o seu companheirismo.

Andando pelas ruas de São Paulo, a reportagem do UOL encontrou colecionadores ansiosos, frustrados, empolgados e também os românticos. Casados ou apenas namorados, foi mais comum do que imaginávamos encontrar duplas imbuídas da mesma missão, a de completar apenas um álbum da Copa do Mundo para os dois.

Marcelo Barbosa tem 23 anos e é advogado. Quando cruzamos com ele, Marcelo estava terminando a compra de um kit que continha o álbum da Copa em versão brochura mais 72 figurinhas pelo preço de 60, tudo por R$ 12,00.

A namorada de Marcelo é estudante de jornalismo e também é fanática por futebol. Eles estão juntos há três anos: “Este não é o primeiro que vamos colecionar juntos. Já fizemos um do São Paulo também”. Segundo ele, o acerto é que o álbum da Copa, uma vez completo, fique na casa dele: “O álbum do São Paulo ficou na casa dela. Mas tudo isso é só por enquanto porque a ideia é casarmos e deixarmos tudo na nossa casa”, diz o romântico Marcelo.

Em outra área da cidade, um casal adolescente estava no mesmo clima: “É a primeira vez que fazemos juntos e já estamos quase completando, faltam só umas 120 figurinhas”, contou Lilian Selman. Ela e o namorado Gabriel têm comprado e trocado os cromos na escola. Eles contam que o clima é tranquilo e que o álbum em comum é completado no maior espírito de paz e amor entre os dois. Só que o livro ilustrado completo vai ficar com Gabriel: “O pai dele já colecionava e ele também tem os álbuns de todas as Copas da vida dele, então deve ficar com ele mesmo”.

Mas encontramos um casal que elevou a cumplicidade (e a superstição) a novos níveis. Belisa Bullara tem 27 anos e é comissária de bordo, profissão que a leva a vários lugares do Brasil. Por mais que a editora responsável insista que não há nada que faça com que os envelopes comprados numa mesma banca tenham sequências semelhantes, o marido de Belisa é da turma que sempre desconfiou e sempre vai desconfiar.

Eles estão juntos há oito anos e sempre completam álbuns juntos: “Além de comprar os pacotes – porque são sempre os pacotes de 50 envelopes! – em vários lugares do Brasil, eu ainda ajudo na hora de colar”. Belisa conta que o processo requer sempre o mesmo ritual, e é sempre feito junto com o marido. Primeiro, tiram todas as figurinhas das embalagens. Depois, colocam todas em ordem numérica para poder colar. O casal então separa as repetidas para completar um segundo álbum, que fazem para um dos sobrinhos de cinco anos que não gosta tanto de futebol, mas está sendo catequizado pelos tios. A sobra vai para trocas e para o outro sobrinho, também de cinco anos, que é mais ligado ao esporte e não precisa de tanta ajuda.

O caso de Belisa e do marido tem um elemento a menos de drama em relação aos casais de namorados, afinal, eles moram juntos e não precisam decidir com quem o álbum completo vai ficar.