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Garotinha de 8 anos ganha até de meninos mais velhos no surfe

UOL Esporte

Ela gosta de Rebeldes, brinca de boneca e assiste aos desenhos do Pica-Pau. Até aí, tudo normal. O que diferencia Pâmella Mel das outras meninas é que, além disso, ela é fã de Kelly Slater, sonha conhecer Pipeline e tem como principal brinquedo uma prancha de surfe cheia de adesivos coloridos. Hoje com oito anos, a garotinha virou prodígio do esporte e já causa desespero nos meninos mais velhos que a veem entrar no mar para competir.

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Pâmella ainda é só uma criança e o surfe surgiu como uma brincadeira, quando a família procurava um esporte para ela praticar em Itanhaém (SP). Ainda com seis anos, ela se animou quando passou por uma escolinha na praia, foi até a tenda fazer sua inscrição e já nas primeiras ondas mostrou sua desenvoltura, ficando de pé na prancha.

“Depois meu pai comprou uma prancha pra mim e eu não parei mais de surfar. Sou apaixonada pelo surfe. Gosto de acertar as manobras e também do contato com o mar, que amo”, contou ela, que aprendeu a nadar aos 3 anos, num passeio a uma cachoeira.

As competições surgiram naturalmente e, como já tinha mostrado na escolinha de surfe, o talento voltou a aparecer. O “problema” – não para ela – é que além de competir entre as meninas, ela também passou a disputar a que inclui meninos de até 12 anos. E, algumas vezes, eles não foram páreo.

“A maioria (dos meninos) é bem legal, mas alguns ficam bem bravos quando eu ganho deles”, riu Pâmella. “Mas acaba tudo em brincadadeira, né?”. A menina prodígio admite que ouvir seu nome chamado pelo sistema de som lhe dá um frio na barriga, mas diz que é só entrar no mar que encontra a tranquilidade.

Pâmella não dá atenção só ao surfe e sabe que tem de manter a atenção na escola para poder treinar. A mãe, Regina Regatieli, fica atenta a isso. Ela é responsável por ficar com a câmera em mãos na praia, registrando as manobras da filha, enquanto o pai entra no mar para acompanhar a menina.

“A Pâmella treina 3 vezes por semana, duas horas por dia, na parte da manhã, e estuda no período da tarde. Está no 3º ano. Apesar dela se dedicar bastante ao surfe, ela ama também estudar, sempre vai bem, tirando ótimas notas, e é elogiada pelos professores. Sempre mostramos a ela que em primeiro lugar, para fazer o que for na vida, o estudo é prioridade e ela entende isso”, explicou Regina.

Mais do que gostar da escola, ela vira atração quando conquista um novo troféu ou medalha. “Alguns até duvidam quando eu ganho, aí eu levo meus troféus para a escola toda vez que venço alguma competição. A diretora me põe em cima do banco para mostrar pra todos.”

Dos bancos, Pâmella nutre o sonho ainda infantil de um dia estar do lado dos grandes profissionais do surfe, no pódio. Fã de Kelly Slater, Mineirinho e Gabriel Medina, entre outros, sonha em conhecer os ídolos e em poder surfar as ondas de locais paradisíacos como a Indonésia.

Por enquanto é assim. O sonho vai tomando forma lentamente para Pâmella, que ainda terá muito tempo para se ver não só no meio das pranchas, mas também curtir a infância com suas Barbies.

 Maurício Dehò
Do UOL, em São Paulo