Jogadores brasileiros investem em visual refinado; veja os itens preferidos
UOL Esporte
Parece um fenômeno. A partir do momento em que jogadores de futebol brasileiros passam a jogar em clubes estrangeiros, alguns itens sofisticados começam a fazer parte do dia a dia. Durante a atribulada rotina por saguões de aeroportos e hospedagens em concentrações, atletas desfilam com bolsas Louis Vuitton, brincos cravejados de diamantes, jeans “premium” e ternos de grife. Acessórios imprescindíveis, eles estão no closet de Vagner Love a Diego Cavalieri, passando por Neymar, Hulk e Robinho.
Consultora de moda e stylist, Manu Carvalho acredita que essa ostentação tem uma explicação cultural. “Somos um país colonizado, antes considerado subdesenvolvido e agora emergente… Então é natural que a gente busque aval, aprovação, de países desenvolvidos e suas marcas… Ainda temos a agravante de estarmos falando de futebol, um esporte barato e que qualquer brasileiro pode praticar, ao contrário de hipismo, automobilismo, golfe ou esgrima, por exemplo… Então, temos aqui garotos em geral pobres que se deram bem por meio do esporte, mais uma razão para eles quererem usar marcas internacionais e caras para traduzir seu novo status.” Ainda segundo a expert, optar por brincos grandes e escolher marcas com ternos que custam mais de R$10 mil é para simbolizar ascensão econômica.
Daniel Alves é dos fãs dos brincos cravejados de diamantes
E para a marca? A propaganda gratuita vale a pena? “De certa maneira sim, para esse nicho mais pop especificamente”, acredita Manu. “Nem sempre é o público preferido de uma marca, por não ser tão chique, mas o fato é que hoje qualquer marca quer vender. E vender para quem compra muito acaba sendo bom no final das contas… É o cliente novo rico…”.
A linha favorita da Louis Vuitton usada pelos jogadores é uma das mais clássicas, a Damier Ebene, que tem estampa formada por quadrados pretos e marrons. Mas alguns também usam acessórios estampados com o logo da grife. Os brincos estão longe de serem discretos, a estética é a “bling bling”, da cultura hip hop norte-americana. A origem varia muito. Neymar compra seus brincos no Brasil mas Vagner Lóve, por exemplo, traz suas joias da Rússia. Inclusive tornou-se clássica a história do brinco de diamantes de R$ 100 mil reais que ele perdeu em treinamento da Seleção Brasileira na Granja Comari, em 2007.
Hulk, Robinho e Daniel Alves: jeans ousados, malas Louis Vuitton, joias e óculos escuros
Os jeans são sempre aqueles classificados como “premium”, produzidos com lavagens especiais, em edições limitadas, muito comuns em marcas italianas como Diesel, Armani, Dolce & Gabbana e Cavalli. Pato e Robinho, inclusive, posaram para um livro da marca da dupla Stefano Dolce e Domenico Gabbana. Kaká foi garoto-propaganda da Emporio Armani e da Armani Jeans. O único momento em que uma grife brasileira se destaca é no guarda-roupa de jogadores que fazem questão de ternos bem cortados. Aí o estilista Ricardo Almeida divide espaço com os looks Dolce & Gabbana, Hugo Boss e Burberry.
Robinho é cliente de Ricardo Almeida desde 2011 e usa os trajes do estilista em eventos de gala.
Daniel Marcusso
Do UOL, em São Paulo