Baixinha sim, e daí? Brasileira pega gigante no UFC e dá de ombros
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Ser uma mulher e lutar não é fácil. O preconceito ainda é grande, os sacrifícios perto do que passam os homens é ainda maior e manter a feminilidade quando se está pronta para se atracar com uma rival é quase impossível. Um detalhe fundamental para a maioria das competidoras é: o que fazer com o cabelo? A solução costuma ser apostar nas trancinhas, o ‘look’ mais usado no octógono do UFC – e algumas vezes até por homens.
E as trancinhas não solucionam nenhum daqueles problemas, admitem as lutadoras. A obrigação de terem seus cabelos firmes e bem amarrados para que eles não atrapalhem na hora da ação acaba jogando contra as garotas mais preocupadas com o visual: “eu acho muito feio”, admite a adepta do penteado Bethe Correia, uma das brasileiras do UFC.
O UFC não determina como lutadores de cabelo comprido devem agir. Isso fica a cargo das comissões atléticas que regulamentam o MMA no local das lutas, mas poucas vezes há exigências neste sentido. Acaba partindo dos próprios atletas a tendência de apostar nas trancinhas como melhor forma de segurar os fios.
Bethe Correia, número 12 no ranking feminino e invicta em sete combates, costuma fazer as trancinhas em parte do cabelo, completando o visual com rabo de cavalo. Mas nada disso a convence de que vai “arrasar” no visual no octógono.
Não são só as mulheres que aderem aos penteados, trancinhas e elásticos no cabelo. O mais famoso a usar o artifício é Urijah Faber – que já lutou pelo cinturão com Aldo e Barão. Um caso famoso foi o de outro cabeludo, Clay Guida, que costuma ir ao octógono com os seus fios bagunçados, num estilo mais “ogro” de ser. Contra Gray Maynard, a equipe do rival entrou com um pedido na comissão atlética de New Jersey para evitar que ele lutasse com os cabelos soltos. Guida teve de obedecer e assim surgiu este visual da foto acima.
“Eu não acho bonito não, eu acho muito feio! Acho que fico feia, eu acho que todas ficam feias. A gente fica com a cara meio modificada, perde a feminilidade todinha. E além de tudo incomoda. Puxa um pouquinho. Eu mando fazer bem firme mesmo: ‘bota tudo aí para não soltar nada’. Mas você se acostuma”, conta Bethe. “É o jeito. Eu sou vaidosa até um certo limite, mas na hora da luta as coisas são tensas. Não dá pra pensar nisso.”
A paraibana de Campina Grande já chega à semana de lutas pensando em como vai ajeitar os cabelos. Por sorte, ainda não teve de tentar compor o visual sozinha.
“Eu sempre levo comigo um kit de presilhas, caso precise eu mesmo fazer. Logo que chego no hotel em semana de luta, eu vou a salões de beleza próximos ao hotel e quando tem alguém que faça eu já marco um horário”, conta ela, antes de explicar. “Não tem como lutar sem estar com o cabelo bem firme e amarrado. Qualquer coisa que caia no olho você naturalmente vai mexer, então é uma distração que pode te fazer levar um golpe.”
Bethe acaba usando as sessões no salão de beleza quase como um spa relaxante. “Demora um pouco para fazer, geralmente fico duas ou três horas. Então, geralmente eu vou no dia da luta. Acordo de manhã, tomo meu café da manhã reforçado e vou para o salão. Sempre aproveito para fazer manicure e pedicure – luto sempre com as unhas feitas – e é um momento para relaxar. Dá para refletir, distrair a mente, é melhor do que ficar no hotel, pensando só na luta”, afirma ela.
Jéssica Andrade, mais uma brasileira do Ultimate e atualmente nona no ranking, também usa as trancinhas, mas as faz em versão mais “light”. Ao chegar ao hotel antes dos combates, ela pede ajuda da organização para encontrar alguma cabeleireira e passa cerca de meia-hora no dia da pesagem ou da luta ajeitando as madeixas. E não se incomoda com o resultado.
“Atrapalha menos, segura melhor o cabelo e não deixa desarrumar. Eu acho que fica legal, mais apresentável. O cabelo não fica subindo e deixando aquela bagunça”, ri Jéssica.
Uma coisa em comum entre as lutadoras é o momento prazeroso após uma vitória: quando podem dar liberdade aos cabelos.
“Eu fico doida para tirar logo, e dá um trabalho! Fico um tempão tirando, às vezes arranca até tufo de cabelo junto”, diz Bethe. “Mas é uma das primeiras coisas que faço: soltar meu cabelo, tomar um banho e ficar bem livre mesmo, acabar com toda aquela tensão da luta.”
Jéssica Andrade venceu recentemente Raquel Pennington por pontos e ainda não tem compromisso. Bethe vem de triunfo contra Julie Kedzie e retorna em 26 de abril contra Jessamyn Duke.
Maurício Dehò
Do UOL, em São Paulo
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Quem disse que lutadores de MMA são apenas brutamontes que só querem saber de trocar porrada e não ligam para o visual? Muito pelo contrário. Exemplo disso são as dezenas de lutadores que apostam em barbas, cavanhaques e bigodes para compor o visual, dos estilos mais discretos aos mais escandalosos.
Um exemplo que puxa a fila dos barbudos é o mais novo campeão do UFC, Johny Hendricks, que no fim de semana derrotou Robbie Lawler para faturar o cinturão dos meio-médios. A barba cheia do norte-americano já virou tradição mas ficou sob risco de sumir após a pesagem oficial. Hendricks não atingiu o limite da categoria e teve duas horas para perder os 700 gramas extras. E cogitou se livrar dos pelos faciais para ver se isso ajudava. No fim, não precisou fazer o sacrifício.
Veja no álbum as barbas mais estilosas, as mais ousadas e as mais vexatórias dos lutadores do MMA. E não deixe de comentar: qual sua preferida? E qual merece uma lâmina sem dó?
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Maurício Dehò
Do UOL, em São Paulo
Sem o destaque dos lutadores ou o glamour das ring girls, há uma função discreta, mas importante dentro dos ringues de MMA: a dos cutmen, os responsáveis por cuidar de ferimentos e garantir a integridade física dos competidores. O UFC recentemente ganhou a adição de sua primeira mulher neste campo geralmente dominado por homens. É a cutwoman Swayze Valentine, uma mãe (solteira) de dois garotos, nascida no Alasca e de belos traços, que faz com que seja difícil acreditar que passe sua vida enfaixando mãos e limpando sangue. Mas é exatamente disso que ela gosta – apesar do preconceito de muitos lutadores e técnicos darem trabalho para ela.
O primeiro desafio de Swayze é conquistar os próprios profissionais do MMA. Há os dois lados, admite ela: alguns não gostam e não querem uma mulher enfaixando suas mãos ou em seus corners; por outro lado, outros já gostaram tanto que não se importaram de esquecer a adrenalina do evento e flertar com a cutwoman.
“Agora que mais pessoas me conhecem, eles conhecem meu trabalho e a maioria dos lutadores não vê problemas quando apareço para fazer as bandagens. Mas há técnicos e lutadores que não querem que eu toque neles! Em outros casos, lutadores e técnicos já deram em cima de mim… Acho que faz parte do trabalho (risos)”, contou a bem humorada Swayze, ao blog.
Apelidade de Rainha dos Cortes, Swayze fez sua primeira aparição no UFC 170, que teve como protagonista a campeã peso galo Ronda Rousey. Mas a jornada nos corners já se estende por sete anos. Tudo começou quando ela foi despretensiosamente assistir a um evento de MMA e viu em sua frente a profissão que queria para seguir carreira. Naquele ponto não era o sangue que a atraia, mas poder fazer parte do show e ser a responsável por deixar os punhos dos lutadores prontos para a ação.
“Minha paixão por tudo isso começou em 2006, quando fui ao meu primeiro evento de MMA. A atmosfera era intensa, é viciante. Eu pude ir para os bastidores e então vi um técnico enfaixando as mãos dos lutadores, preparando as bandagens que ficam sob as luvas. Eu soube bem ali: era aquilo que eu queria fazer”, disse a cutwoman. “Para mim, não há honra maior do que enfaixar as mãos de um lutador. Eu podia ser a primeira ou a 15ª cutwoman no UFC. Não importa, eu estou muito animada só de meu sonho virar realidade. Mas é especial ser lembrada desta forma.”
Decidida, ela começou a frequentar mais eventos, foi a academias e conheceu diversos cutmen. Como não é necessária formação em medicina ou qualquer outra especialidade, Swayze usou vídeos da internet para copiar nomes já respeitados no cargo, como um dos seus mentores, Jacob “Stitch” Duran, e fez tudo o que podia para se aperfeiçoar na arte de enfaixar as mãos dos lutadores. E se esta parte é sua preferida, lidar com inchaços e ferimentos também não soam como algo ruim para ela.
“Sangue e cortes nunca me incomodaram. Eu cresci no meio disso. Meu pai era bombeiro e também socorria emergências, meu irmão era policial. Sempre esteve no meu sangue”, explicou a bela de 28 anos.
“Passei a viajar sem parar para crescer na profissão. Foi quando em janeiro meu telefone tocou e era o chamado do UFC. Fiz o UFC 170 e terei o privilégio de estar no UFC 171 também”, acrescentou Swayze, que em sua estreia não teve direito a muito: esteve no corner de apenas uma luta e não precisou cuidar de nada grave – “o que é ótimo”, salienta. Ela teve também passagens por eventos como Bellator e World Series of Fighting e sonha poder acompanhar o UFC em uma “descida” ao Brasil.
O segredo do trabalho é simples. Ao menos na teoria: manter a serenidade, para o lutador também ficar calmo, trabalhar rápido e garantir sempre sua a integridade física, minimizando os danos. Apesar de não competir, Swayze treina artes marciais regularmente para conhecer da melhor forma possível a realidade dos lutadores.
“Crescer no Alasca é uma experiência única! No verão, é tudo lindo e você tem 23h de luz do dia. Mas no inverno são 20h no escuro. Nove meses de neve e gelo. Mas é um lugar lindo o ano todo, há muito o que fazer, principalmente explorando a natureza. Eu adorava andar de snowmobile, é muito divertido”, contou Swayze, sobre sua infância.
A norte-americana já pensou em trabalhar como veterinária ou como oncologista, ajudando adultos e crianças com câncer. Mas mudou totalmente o foco. Hoje ela tem de dividir o tempo entre as viagens como cutwoman e a criação dos dois filhos. Tudo isso enquanto ainda atrai atenção por onde passa pela beleza.
“Tenho dois lindos garotos e tenho de dividir meu tempo como posso. Sempre que estou longe tento refletir como ser uma mãe melhor na volta”, disse Swayze.
“Nunca trabalhei como modelo, mas gosto de tirar fotos. Acho que a beleza não tem impacto na carreira. Eu foco na segurança dos lutadores. Se as pessoas me acham bonita, ótimo também. Estou solteira e sou muito ocupada, então é difícil achar alguém que fique ok com isso. Mas estou bem”, completou a loira.
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Quem vê o sucesso profissional de Sara McMann, vice-campeã olímpica e hoje desafiante ao cinturão do UFC, pode não imaginar o que ela superou para ir tão longe. Neste sábado, a norte-americana encara Ronda Rousey no UFC 170, indo de braços abertos para tentar conquistar um ouro que bateu na trave em Atenas-2004. Nesta jornada como lutadora, os maiores desafios que Sara viveu foram fora do esporte. Ela teve de lidar com as mortes trágicas do irmão e de seu noivo e foi só quando virou mãe que reencontrou a paz.
Muito antes de sequer imaginar que poderia ir parar no MMA, Sara foi uma talentosa praticante de luta olímpica, destacando-se desde jovem na modalidade e dando passos claros de que só teria competição, de fato, participando de uma Olimpíada. Isso de fato aconteceu, em 2004, quando ela ficou com a medalha de prata em Atenas. Mas àquela altura, a vida já lhe trazia surpresas e algumas amarguras difíceis de se combater.
Em 1999, a norte-americana viu seu irmão, Jason, desaparecer. Por três meses aguardou uma confirmação, e ela veio. Jason foi morto aos 21 anos, num assassinato que chocou a família e resultou na prisão e condenação do responsável pelo crime. A sentença foi dada em 2004, coincidentemente o ano em que Sara fez seu voo mais alto.
Mas o ano de 2004 reservou outro capítulo cruel à vida da vice-campeã olímpica. Ela estava de mudança para morar com seu namorado, Steve Blackford, que também disputou a luta olímpica nos Jogos realizados na Grécia, quando perdeu o controle de seu carro. O acidente grave e o fato de nenhum deles usar cinto fez ambos serem ejetados do carro. Blackford morreu. Sara, a motorista na ocasião, foi internada com um braço quebrado e se recuperou bem.
“Emocionalmente, é como perder um membro do corpo. Você nunca o terá de volta… Você não é mais a mesma pessoa”, tentou explicar Sara, em entrevista à Fox Sports dos EUA. Apesar disso, ela comprovou que ainda que tenha ambos sempre na lembrança “seres humanos são extremamente adaptáveis”.
Por muito tempo, Sara considerou sua medalha de prata uma derrota nas Olimpíadas. Seu choro no pódio, em Atenas, mostra bem isso. Mas, com o passar dos anos, a lutadora conseguiu criar um orgulho pelo que criou. Muitas das lições que ela tirou vem da maternidade.
Há oito anos a peso galo está em um relacionamento com Trent Goodale, técnico de luta olímpica. Há quatro, ganhou um presente maior que uma medalha ou um cinturão: a filha Bella.
“Tudo por que passei, ser exposta à mortalidade, ajudou a definir que vida quero levar e o que quero ter. Também me ajudou a priorizar. Parte da minha falta de desejo por dinheiro e fama é por conta do desejo de passar o máximo de tempo possível com a minha família e criar memórias que importem. No leito de morte, ninguém quer mais dinheiro ou fama”, explica ela, hoje com 33 anos.
O UFC 170 acontece neste sábado, a partir das 21h (de Brasília). O card principal começa à 0h.
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Aos 33 anos e com dois filhos, Gisele Bündchen parece não perceber a passagem do tempo. Basta ver que poucos meses depois de dar à luz Vivian, sua caçula com o jogador da NFL Tom Brady, já aparecia em fotos com seu conhecido corpo fininho. Para perder peso rapidamente, a gaúcha virou mais uma das adeptas do mundo das lutas. Mas escolheu um caminho original: o kung fu, em uma especialidade idealizada para combate e em que as “armas” são instrumentos constantes nos treinos.
Gisele é uma conhecida adepta da ioga e tai chi, mas também aposta na arte marcial chinesa, que tem cinco mil anos de existência. Quando está em Boston, a brasileira pratica sempre que pode. Já invadiu feriados como a Ação de Graças e até o Ano Novo correndo para a academia Boston Kung Fu Tai Chi Institute, em que tem como seu professor Yao Li.
Mais do que isso, o vício da modelo foi uma arma que ela considera importante para manter o corpo durante e após a gravidez. Segundo Gisele, ela praticou kung fu até duas semanas antes do parto do primeiro filho, e segue na ativa como lutadora.
“Ela quer treinar todo dia. Acho que parte dela tem um espírito ‘macho’. E Tom (Brady) a incentiva: ele é fã de Bruce Lee e a chama de Gise-Lee”, afirmou Yao Li, em entrevista recente à Vanity Fair.
Ao site Boston.com, a brasileira já falou sobre a importância da arte marcial. “É como se mover enquanto medita. É importante você encontrar o professor ideal, e Yao é isso. Ele é atento às necessidades de cada um de seus estudantes”, afirmou Gisele.
Recentemente, a veterana modelo postou uma foto posando com uma espada usada nos treinos. “Todo mundo lutando kung fu / Everybody go Kung Fu fighting”, lembrando o famoso filme “Kung Fu Panda” e chamando a atenção mais uma vez para a modalidade.
A arte marcial
A arte marcial milenar teve origem na China e durante todo este tempo foi se subdividindo em estilos. O da academia de Gisele Bündchen é o wushu.
“O kung fu tem um elemento físico e espiritual muito grande. O estilo tradicional se baseia nos movimentos dos animais. Já o wushu é o kung fu de competição propriamente dito. Ele foi desenvolvido para ser olímpico e a China briga até hoje para conseguir colocá-lo no programa”, explica Alexandre Bento, professor da arte marcial.
“O wushi tem uso de várias armas: lança, espada, facão, bastão… Elas fazem parte do treino e cada uma tem uma função que melhora a condição física e motora”, conta ele, explicando a foto de Gisele com uma espada.
Uma discussão recorrente é sobre a prática de exercícios físicos durante e logo após a gravidez, e o limite a que uma gestante pode se submeter a essas atividades. No caso de Gisele, ela seguiu praticando até bem perto do parto.
Hoje o kung fu é muito procurado por mulheres, por ter fortes elementos de condicionamento físico. “Na nossa escola temos muitas mulheres. Sobre os exercícios na gestação, você pode praticar kung fu, desde que não seja uma gravidez de risco. Claro que há restrições, principalmente a partir do quarto ou quinto quinto mês, com a barriga avançando. Por exemplo, exercícios de flexão de quadril que comprimiriam o abdômen não podem ser feitos. Uma grávida passa também a treinar sozinha, apenas reproduzindo movimentos do treino para evitar qualquer contato com a barriga”, explica Bento.
Fazer exercícios físicos está entre as principais recomendações médicas na gravidez, incluindo, por exemplo, musculação, hidroginástica e ioga. Entre as práticas condenadas estão andar a cavalo, fazer mergulho ou esquiar.
“O exercício melhora a condição física, faz que a gestante não ganhe peso excessivo e tenha menos dores musculares, além de auxiliá-la a suportar com mais facilidade o trabalho de parto. Se for uma gravidez normal, uma gestante pode e deve fazer exercício, pois faz bem para a saúde”, explica Julio Elito Jr., obstetra e professor do departamento de obstetrícia da Unifesp.
Maurício Dehò
Do UOL, em São Paulo
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Quando Antonio Rodrigo e Antonio Rogério Nogueira nasceram há 37 anos, Marina Correia sequer sabia que teria gêmeos. Eram outros tempos, e as consultas médicas não indicaram que havia dois bebês na pesada barriga da hoje famosa mãe de duas lendas do MMA. No próximo dia 12 de novembro, ela lança o livro “Meus Filhos Minotauro & Minotouro”, com relatos de diversas histórias da dupla. Os destaques claros são para os dramas vividos pelo peso pesado Rodrigo Minotauro.
Médica especializada em terapias alternativas, Marina foi uma espécie de enfermeira de Minotauro. O baiano nascido em Vitória da Conquista teve de passar por problemas e se superar para seguir com a carreira de lutador – e, antes de ir para o ringue, para manter a própria vida. Por influência da mãe, os gêmeos também se tornaram adeptos de acupuntura e ioga, além de priorizarem uma alimentação saudável.
Marina é mãe de cinco filhos e foi professora de educação física e dona de uma academia antes de se encontrar na medicina. Ela mora há 22 anos nos Estados Unidos, onde exerce a profissão.
O livro começa com um relato detalhado do maior drama por qual passou Rodrigo, que aos 11 anos, quando estava numa festa com uma família, foi atropelado por um caminhão e teve de passar quase um ano internado. Diversas cirurgias foram feitas e os médicos tiveram que reconstruir seu diafragma. Não se sabia sequer se ele poderia andar, mas o garoto se recuperou completamente, salvo algumas cicatrizes.
Outros inúmeros casos se passam. Quando Rodrigo e Rogério ainda eram muito pequenos, tiveram de engessar as pernas e depois colocar botas ortopédicas para corrigir um crescimento falho das pernas, por exemplo. Em sua carreira de lutador, Minotauro também sofreu com as cirurgias: duas intervenções no quadril e uma no joelho que o deixaram de muletas antes da vitória heroica no UFC Rio 1, e a operação no braço quebrado por Frank Mir, ao ser finalizado pela primeira vez, entre outras.
O livro é narrado sob a ótica de Marina. Muitas vezes morando longe dos filhos para estudar e trabalhar, ela não deixou de acompanhar procedimentos no hospital, recuperações ao lado de macas e longas sessões de fisioterapia. Cuidou de Minotauro, por exemplo, quando ele operou os dois cotovelos ao mesmo tempo e sequer podia coçar o nariz sozinho.
Em uma das ocasiões, precisou correr atrás do filho, que fugiu de cadeira de rodas. “Fiquei sabendo que, numa das cirurgias feitas no primeiro hospital de Vitória da Conquista, esqueceram um cateter em seu pescoço. (…) Quando Rodrigo ficou sabendo da notícia do cateter e que precisaria se submeter a novo procedimento cirúrgico, sua reação não poderia ser outra. Num piscar de olhos, ele despistou-nos e fugiu sozinho, na cadeira de rodas, com as vestes do hospital”, relata ela.
A publicação da Editora Planeta, de cerca de 150 páginas, traz as histórias contadas em capítulos curtos, com uma linguagem rebuscada um tanto em exagero. Poucos “causos” vão a fundo. A intenção parece não ser fazer destes relatos biografias dos lutadores, e assim muitos nomes de rivais e eventos são simplesmente ignorados, apesar de o contrato com o UFC por Minotauro ter um capítulo de destaque.
Entre outros casos de superação, há algumas histórias mais engraçadas, como quando ambos foram convencidos pela mãe a participar de uma apresentação na sua academia e a dançar. “Não (é balé), é uma dança flamenca. Vocês vão participar de uma luta de espadas”, disse ela, para os jovens de 12 anos desconfiados, que aceitaram.
Mas um destaque às avessas que se percebe nas páginas do livro é que, por conta de tantas coisas pelas quais Rodrigo Minotauro passou, o irmão Rogério Minotouro acaba tomando uma posição de segundo plano – outro personagem com ainda menos espaço é o pai da dupla, totalmente ignorado, sem motivos claros.
Curiosamente o menor deles, Minotouro “sofreu” com isso até na gestação. Os dois bebês se posicionaram frente a frente na barriga de Marina, e Rodrigo é quem conseguia ficar com a maior parte da comida. Rogério nasceu menor que o irmão – e a diferença física permaneceu, basta ver que Minotauro é peso pesado e Minotouro, meio-pesado.
A discrição com que Rogério aparece no livro é corrigida em um capítulo de agradecimento ao filho “menor”. Marina dedica a publicação a ambos, mas enfatiza o suporte que Rogério deu ao irmão “desde meu ventre, quando o abraçava e se ouvia apenas uma batida de coração, tirando menos o seus sustento embrionário em favor de Rodrigo. Quando o tirou de debaixo do caminhão que o acidentou. Quando abraçou a parede do hospital por horas, como para segurá-lo aqui na Terra. (…) Quando deixou o curso de Direito, já quase terminado, e optou por seguir junto com Rodrigo a carreira de lutador”, enumera a mãe.
Maurício Dehò
Do UOL, em São Paulo
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(Foto: Francisco Brasil/Eventosmma.com.br/Divulgação)
Mariana Faria, engenheira de 24 anos, poderia ter resumido seu gosto por lutas a treinar muay thai por diversão e assistir ao UFC na TV. Ou até virar lutadora. Mas não. Hoje a paulista divide seu tempo entre o seu trabalho regular e um sonho mais ousado: de ser a primeira brasileira a arbitrar uma luta do UFC. A jornada é recente, começou em maio, mas com pulso firme e jogo de cintura, ela tem chamado atenção dentro e fora do ringue.
O fato de ser mulher não passa em branco. “É verdade, já ouvi alguns xavecos. Tem pessoas que vem, elogiam, mas prefiro pensar que não tem relação por eu ser árbitra. Tem de saber dosar, ter jogo de cintura”, conta ela, que cuida para minimizar este fator.
“Meu trabalho é o mesmo (que o dos homens). Não posso aparecer no evento com uma roupa decotada, já me perguntaram por que não uso roupa de ginástica. Árbitro já usa roupas mais fechadas e veste preto para não se destacar. Há essa preocupação”, explica Mariana.
Mas essa luta contra os rótulos e as dificuldades de ser uma mulher é comum para ela e passa quase despercebida. Afinal, desde os 15 anos ela trabalha no ramo da engenharia, normalmente apenas lidando com homens.
“Eu me relaciono o tempo todo com homens. Sempre fui a única mulher. Trabalho com engenharia de produção em uma empresa automotiva e, para eu colocar em prática minhas ideias, tenho tenho que pisar firme e me impor. Tenho que ser muito concentrada. E é assim como árbitra também”, diz a jovem.
A relação de Mariana com as lutas começou por meio de uma amiga. Ela acabou indo parar no muay thai e não parou mais de treinar. Tem interesse, inclusive, de ser lutadora, mas a falta de tempo a impede, já que se divide entre os estudos, trabalho e agora a carreira de MMA.
Enquanto treinava, a paulista teve a oportunidade de fazer um curso de arbitragem, gostou e apostou em investir nisso. Para desgosto da família, a princípio.
“Minha mãe sempre achou que fosse área mais para homem. ‘Você vai apanhar’, ela falava. E eu explicava que não sou lutadora, sou árbitra. Mas hoje ela já é superempolgada e meus pais me incentivam, dizem que tenho o perfil para isso”, conta Mariana, que fez o curso em novembro de 2012. Ela diz que conhece outras árbitras, mas que foi a primeira certificada do país – pela confederação brasileira de muay thai.
VEJA MARIANA EM AÇÃO EM LUTA COM NOCAUTE EM 19 SEGUNDOS
A oportunidade de estrear foi em maio, no Evolution of Fighters. “Teve quatro lutas de MMA e eu arbitrei duas delas. Depois disso, também já fiz lutas femininas”, detalha ela. “A primeira sensação foi de receio. Eu queria fazer a coisa certa e queria que nada acontecesse com os lutadores, que é sempre nossa primeira intenção. Fiquei ansiosa, mas separei bem as coisas e deu tudo certo.”
Mariana conta que, uma vez no ringue, a concentração é tanta que nem se presta atenção ao barulho de fora. Nem os elogios, tão pouco as críticas. “Não sei dizer se chega a haver preconceito, mas o pessoal não está acostumado. Ou admiram, por ser diferente, ou já pensam: ‘não vai dar certo’. Já houve atletas e técnicos que não aceitaram minhas decisões, mas estou preparada para isso também.”
A árbitra elege como ídolos o veterano “Big” John McCarthy, conhecido por estar no UFC desde os primórdios, e Roberto Thomaz, o Robertão, que a acompanha e é o principal mestre da jovem. Luta a luta, ela tenta subir os degraus para realizar seu maior sonho.
“Com certeza eu quero chegar ao UFC. Temos a oportunidade de ser vistos pelo mundo todo, então eu poderia mostrar meu trabalho, o trabalho das mulheres e que temos grandes profissionais aqui no Brasil”, concluiu ela.
Maurício Dehò
Do UOL, em São Paulo
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Todo mundo conhece o lado falastrão de Chael Sonnen e, mais recentemente, pôde-se ver sua faceta como um ótimo técnico no TUF 17. E o norte-americano ainda tem mais por trás da máscara de lutador malvado: há o Sonnen galanteador.
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Em um vídeo recente (um comercial da marca AXE), o desafiante ao cinturão dos meio-pesados deste sábado, no UFC 159, conta como conquistou sua noiva, com direito a uma mentirinha de leve para garantir o sucesso da cantada. O relato é bem legal, com ambos dando suas versões da história. Confira só:
Chael Sonnen: “Eu estava em uma luta em Portland e ela estava lá, mas relutantemente, estava acompanhando o irmão. Eu a vi e tentei puxar papo, mas ela fugiu de mim. Então, eu a segui. Era um lugar de dois andares, estava lotado e eu tive de andar no meio da galera para achá-la de novo. Ela não sabia quem eu era, não sabia meu nome, mas consegui emprestar seu celular. Eu disse: ‘hei, meu celular morreu. Posso usar o seu?’. Então eu liguei para mim mesmo. Quando o devolvi para ela, ela saiu correndo de novo, mas aí eu já tinha seu número.”
Brittany Smith: “Meu irmão estava vindo, falando ‘não fale com a minha irmã’ e me puxando. Ele já tinha conseguido meu telefone e começou a mandar mensagens: ‘não empreste seu celular para estranhos’, enquanto eu saia com meu irmão (risos).”
Chael Sonnen: “E nós saímos na noite seguinte e fiquei com ela desde então.”
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Sonnen ficou noivo de Brittany em 2013 e deu suas dicas para os casais. “Nós não somos especialistas em relacionamento, mas há um conselho: se não vier com facilidade, você precisa deixar passar. Se for a coisa certa, será fácil e vai acontecer. Esta é a nossa história.”
O norte-americano encara neste sábado Jon Jones, em um duelo valendo o cinturão dos meio-pesados pelo UFC 159. Acompanhe todos os lances da noitada de lutas pelo Placar UOL. (Foto: Getty Images)
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